A publicação “Quer cruzar a América do Sul de carro por três meses? Ainda há vagas!” no blog deu o que falar! Foram mais de 600 curiosos e interessados na trip planejada por dois amigos (Bruno e Eduardo) pela América do Sul de carro.
O sucesso da publicação e os contatos de muitos aventureiros interessados na viagem foram tão grandes que, para o bem de todos, surgiu mais um carro e a viagem que era para ser apenas com quatro pessoas, aconteceu com sete, que partiram de Porto Alegre no dia 29 de dezembro do ano passado.
Bruno Alfieri, de Londrina, Eduardo Juriatti e Giordano Caleffi, de Porto Alegre, Daniele de Andrade e Angélica Lopes, de Curitiba, Carol Alvernaz, de Juiz de Fora, e Valéria Martins, de Florianópolis, se conheceram pessoalmente um dia antes da partida porque, até então, o contato inicial tinha sido por meio do blog e, a partir daí, pelas redes sociais, onde foram alinhando as ideias, expectativas e a viagem que realmente mudaria suas vidas foi tomando forma.
Já havia um roteiro pré-estabelecido. Seguiram sem muitas regras, sem reservas (planejaram apenas as reservas em Montevidéu, porque seria réveillon e não queriam correr o risco de dormirem no carro) e, conscientes de que muito do planejado poderia ser alterado pelo caminho, já que estavam com Verônika – o carro dos meninos – e Valentina – o carro das meninas -, que conduziram os aventureiros de maneira ímpar e com muita adrenalina.
Nas viagens de carro é quase certo que alguns imprevistos aconteçam, como aconteceu, onde quase ficaram sem combustível por falta de postos em distâncias longas e tiveram que rebocar uma a outra, mas também extraíram o máximo dos veículos ao colocarem todas as trações para funcionar, afinal, aproveitaram para fazer muitas trilhas nas praias e desertos.
Verônika, um pouco mais experiente, chamou mais a atenção, tendo que parar mais pelo caminho para trocar duas vezes pneus, arrumar radiador, ar-condicionado e acabou participando de um caso mais grave, quando estacionada na beira mar de Punta del Leste, no sexto dia de viagem. Seu vidro lateral direito foi atingido por uma pedra e, desonestamente, roubaram a mochila do Bruno com pertences valiosos: notebook, passaporte, máquina fotográfica, dinheiro e cartões.
Um abalo inigualável e inesquecível que, depois de longos dias, foi aos poucos substituído por um novo passaporte retirado em Montevidéu e amenizado pela boa vontade dos colegas da trip, que não o deixaram voltar e acabaram seguindo viagem dividindo suas despesas. E a Valentina? Só deixou escapar duas vezes seu cano de escape, que foi logo soldado em dois países diferentes.
Valentina rodou 22 mil km desde que saiu de Curitiba. Verônika, menos, porque voltou para o Brasil antes, ainda da Argentina. Essa decisão foi importante, já que apenas quatro integrantes terminaram a viagem depois de 90 dias. Valéria, Carol e Giordano seguiram para rumos pré-definidos anteriormente e em momentos diferentes no decorrer da viagem. Ele voltou ao trabalho e elas continuaram viajando só, cada uma com seu objetivo.
A “Expedição Killa”, a viagem das meninas, e a “Vida de Mochileiro”, a dos meninos, percorreram cinco cidades no Uruguai (Montevidéu, Punta del Leste, Punta Ballena, Piriápolis e Colonia del Sacramento), vinte e cinco cidades na Argentina (Buenos Aires, Azul, Rio Colorado, Puerto Madryn, Puerto San Julian, Rio Gallegos, Comodoro Rivadavia, Rio Grande – Estreito de Magalhães, Ushuaia, El Calafate, Geleira Perito Moreno, El Chaltén, El Bolsón, Bariloche, Villa Angostura, Neuquén, Mendoza, San Rafael, Aconcágua, Uspallata, Rioja, Salta, Jujuy, Purmamarca e Salinas Grandes), quatro cidades no Chile (Puerto Natales, Parque Nacional Torres del Paine, San Pedro de Atacama e Iquique), quatro cidades no Peru (Moquegua, Arequipa, Cusco e Puno) e sete cidades na Bolívia (Copacabana, La Paz, Cochabamba, Potosí, Uyuni – com seu famoso Salar -, Sucre e Santa Cruz de La Sierra), além de seis cidades no Brasil (Porto Alegre, Chui, Corumbá – Pantanal, Campo Grande, Londrina e Curitiba), totalizando 51 cidades.
Como destaques e indicações de “olhos fechados”: Colonia del Sacramento, Puerto Madryn, El Calafate, Perito Moreno, Ushuaia, Villa La Angostura, Mendoza, Purmamarca, Deserto do Atacama, Arequipa, Cusco e Salar do Uyuni. Sol, praia, frio, neve, chuva, geleiras, montanhas, picos nevados, glaciar, deserto, muita área verde, areia, terra, pedras dos mais variados tamanhos e cores dos mais intensos tons. E tudo mais que a natureza pôde oferecer.
Conheceram diferentes bichos, animais silvestres, uns quase extintos e outros protegidos, em áreas bem cuidadas e preservadas. Cada paisagem linda, proporcionando a cada curva uma emoção diferente. Dias totalmente sem rotina. Tantas manhãs acordando em um país e dormindo em outro. Escutando e falando o mesmo idioma local, porém reconhecendo olhares e sorrisos totalmente diferentes. Deparando-se muitas vezes com a riqueza e a pobreza, com estrutura e com a falta dela, com a facilidade de acesso e outras vezes com o receio e o medo de fazer uma curva muito fechada. O desconhecido que fascinou e encantou.
Foram hospedagens das mais diferenciadas: campings (com os melhores chuveiros da trip), hostels (dos excelentes aos que não valem nem a pena lembrar, muito menos voltar), hotéis (naquelas cidades onde não tinham outras opções de hospedagem) e o carro (ah, sim, o carro foi dormitório por umas três vezes). Importante lembrar que o combinado era sempre pelo mais barato, sem esquecer a segurança e o bem-estar de todos. O lema era: quanto mais economizassem mais ficariam viajando.
Comida vasta em carboidrato, carne e gordura. Principalmente no Peru e na Bolívia, as opções eram reduzidas e comia-se muito arroz, batata frita, frango ou truta fritos, com um pouco de alface e tomate. O atum os acompanhou por muitos dias também, principalmente quando os sete aventureiros estavam juntos e as cozinhas compartilhadas dos hostels eram utilizadas para fazer macarrão e sanduíches para levar de lanche nos longos trajetos dentro dos carros. Na Argentina, as carnes assadas foram muito bem-vindas (e consumidas) nos jantares dentro das cabanas e nos campings, regados a boas bebidas, conversas e risadas intermináveis.
Rotas, ruas e estradas infinitas, muitas vezes com retas que pareciam não chegar a lugar nenhum, mas rodeadas de belezas naturais inesquecíveis, chegando a superar o cansaço e a vontade de chegar rápido ao próximo destino.
Muitos dos momentos, daqueles mais especiais, foram divididos com pessoas de diversos países. Foram diferentes culturas encontradas pelo caminho e que naqueles instantes eram apenas mais alguns viajantes. Muitos deles viraram amigos e se tornaram referências para as próximas viagens e reencontros.
Uma aventura e tanto, de dar vontade de arrumar a mochila e sair por aí, não acha? Assim como fizeram os sete aventureiros corajosos, que hoje trabalham imaginando a próxima trip. Afinal, quem ama viajar, dorme e acorda pensando em qual seria o próximo destino. E, quem sabe, viajarão juntos ou se encontrarão por esse mundão afora?
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