Rodando pela Noruega: A festa do dia nacional em Bergen

By | 09.05.2021

Caí na Noruega quase de pára-quedas, pegando carona na viagem de um amigo que acabou rodando bastante por boa parte do país. Esse amigo, na verdade, é esse da caricatura aí acima com um camelo no ombro – depois da viagem o Paulo Capiotti passou a fazer parte da equipe do blog!

O combinado foi de nos encontrarmos em Bergen, eu chegaria de manhã e ele a noite, e na manhã seguinte alugaríamos um carro e seguiríamos viagem pelos fjords da região. Na programação eu sabia que no dia em que eu chegaria seria feriado, que estaria tudo fechado, mas não procurei saber por qual motivo.

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Depois de uma escala em Amsterdam e dois voos super tranquilos, pude perceber da janela do avião as belezas naturais que essa viagem nos reservaria. Quando cheguei no aeroporto de Bergen – onde mesmo durante o feriado muita coisa fica aberta – fui tentar comprar um chip para o celular, mas vendiam apenas para quem tivesse carteira (ou documento, algo assim) de trabalho do país. Para estrangeiros ou turistas só em dias úteis.


O aeroporto fica meio longe do centro da cidade, mas eu já tinha comprado minhas passagens online de ida e volta para o centro, aproveitando as dicas do blog Andarilhos do Mundo sobre o que fazer em Bergen, eles tinham passado por lá uns dias antes da nossa viagem. Repasso a dica dos ônibus:

Ao pousar em Bergen, mais um daqueles aeroportos com padrão de primeiro mundo, em que a organização é total. Na saída, duas opções de ônibus para o traslado até o centro: o Flybussen e o Flybussbergen. Este último custa NOK 10 mais barato, e foi o que nós pegamos. Ambos te deixam bem no centro histórico, mas têm outras paradas pelo caminho.

Assumo que antes de ler o post dos Andarilhos e de iniciar a de pesquisar na internet sobre o destino, eu conhecia muito pouco sobre Bergen e toda a região. Mas este é um dos motivos que nos fazem cair na estrada, né? Ir atrás do desconhecido e nos deixar surpreender! E foi o que aconteceu por lá – e positivamente, em quase todos os aspectos.

Bom, e qual eram os aspectos negativos? Eu achei só um: os preços. Apesar de já saber que o país era mais caro do que a Suíça (!), realmente é preciso tomar cuidado pra não gastar todas economias em um sanduíche e um refrigerante. Pode parecer exagero, mas os preço estratosféricos englobam tudo.

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Cheguei no centro da cidade com um clima fechado, nublado e uma chuva fina – que é o padrão de boa parte do ano. Ainda sim corri para deixar o mochilão no nosso albergue Marken Guesthouse, peguei só o material fotográfico e voltei rapidinho pra região do Lago de Bergen (centro da cidade), porque havia visto muitas pessoas passeando a pé vestidas em um modo muito interessante (ou então meu avião era, na verdade, uma máquina do tempo).

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Acabei descobrindo – perdoem a ignorância do blogueiro que vos escreve – que dia 17 de maio era nada menos do que o dia nacional norueguês. O país todo comemora bastante essa data e por lá não era diferente.

Os noruegueses celebram o seu dia nacional a 17 de maio, marcando o dia da Constituição da Noruega. Nesse dia, muitas pessoas vestem o bunad (trajes tradicionais) e a maioria assiste ou participa nas paradas do 17 de Maio que se realizam por todo o país. Os estudantes do último ano escolar também saem às ruas e festejam usando um tradicional macacão nas cores azul, branco e vermelho. (Fonte: Wikipedia)

Aproveitei o clima (chuvoso) de festa para ir conhecendo a cidade. Já tinha estudado o mapa e a região que eu mais queria conhecer era a região do porto – mais especificamente o quarteirão histórico de Bryggen.

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Ao ver algumas fotos da cidade no Google fiquei fascinado pelas casas de madeira do século XIV que ainda imperam por lá (mesmo que meio tortas). No caminho fui registrando um pouco da festa e curtindo a deliciosa sensação de ser turista.

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Cruzei o centro da cidade e cheguei no famoso Mercado do Peixe (foto acima). Mesmo com o orçamento apertado e a viagem só no começo, não pude deixar de provar o sanduíche de salmão. O preço fica em torno de 10 euros, a coisa mais doida é que se for comer dentro do mercado custa mais, o jeito foi comer na rua mesmo. Comer não seria o verbo mais adequado, acho que degustar representa melhor a sensação – já que nunca experimentei um salmão tão bom na minha vida. Não sou um grande fã de peixes, mas comer o salmão norueguês fresquinho é algo de outro plano espiritual.

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Caminhei um pouco por Bryggen, fui até as casinhas (que muitos dizem parecidas com um Playmobil gigante) onde os locais tomavam todas debaixo de chuva e decidi voltar para o lago, pois era onde tinha mais movimento e também um palco (na verdade um barco viking) onde provavelmente iria rolar uma música. E foi só anoitecer um pouco que a “balada” a céu aberto começou a bombar.

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Os locais com seus “bunads” e turistas comemoravam o orgulho nacional dançando os mais diversos ritmos. Acho que a festa só não foi mais intensa porque era proibido consumir bebidas alcoólicas fora dos bares, pubs e restaurantes. A restrição vale em todo o país o ano todo, nada de comprar cervejinhas em postos ou lojas de conveniência. Claro que tudo isso tem um lado positivo, já que crianças, jovens e adultos curtiam juntos numa boa. Não vi nem sinal de brigas ou confusões, nem com a escuridão da noite chegando (algo que, nessa época, acontece bem tarde – por volta de meia noite).

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Ainda com a festa rolando fui pegar o Paulo na estação central de ônibus, mas ele acabou – literalmente – “passando do ponto” e tive que ir correndo atrás do ônibus até conseguir finalmente resgatá-lo. Curtimos o finzinho do primeiro dia na Noruega e voltamos pro albergue Marken Guesthouse, afinal, na manhã seguinte começaria de verdade a grande viagem. Como sempre, volto em breve pra contar tudo aqui no blog!

Grande abraço e muita paz,

Michel P. Zylberberg
www.rodandopelomundo.com

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