Quantas vezes você pensou em viajar dentro da própria cidade? Muitas vezes deixamos de aproveitar muitas coisas que estão debaixo dos nossos narizes, e foi por isto que convidei alguns amigos especiais para participarem da série “Minha cidade, meu destino”, onde cada um irá publicar 5 fotos e 5 dicas especiais. O vigésimo post da série merecia um destino especial, e é o que nos traz a nossa convidada Astrid Sekkel, do blog Maior Estilo. Nada dos clássicos lugares turísticos, muito pelo contrário. Nem ela imaginava de acabar criando uma conexão especial com Moçambique, e temos o prazer de compartilhar dicas sobre a capital e maior cidade do país: Maputo.
Se alguém me perguntasse onde eu gostaria de ter uma segunda casa, com certeza a resposta não teria sido Moçambique. Mas o destino mostrou quem manda e há dois anos é lá que passo muitos dos meus dias. Conhecer este país exige mais que vacinas em dia, exige compaixão, olhar sem preconceito e vontade. Foi assim que desembarquei em Maputo pela primeira vez, diante do novo e da força do mais antigo continente.
As marcas de uma guerra ainda são visíveis tanto nas construções como no povo, mas o crescimento avança rapidamente transformando a cidade tomada pelo lixo e pelo descaso público em uma verdadeira capital. Há bons hotéis, bons restaurantes, artesanato de primeira, lindíssimas praias banhadas pelo morno oceano Indico e segurança! Pasmem, Moçambique é um dos países mais seguros da África. Além disso nosso Real vale mais que o Metical (dinheiro local), o que faz a viagem ter aquele “que” de vantagem, né?
Vale a visita:
Praia
Além de ser a mais próxima, tem a melhor vista de Maputo, é do barco quando atravessa a baía rumo a ilha de Inhaca. Na ilha, a cor do oceano, sua diversidade marítima, a temperatura da água e a simpatia do povo encantam. Vale a pena dormir no único hotel da ilha, da rede Pestana (www.pestana.com), e voltar feliz no dia seguinte. Dois tipos de barco partem do cais nos finais de semana, um mais moderno e outro simples e bem baratinho que os nativos usam todos os dias.
Cultura
Os “Caminhos de Ferro” ficam na baixa, a região central da cidade. A antiga estação de trem ainda funciona apesar de ter comemorado 100 anos e tem bar, café, museu e loja. A arquitetura é atribuída ao grande Eifel, que também deixou sua marca na Casa de Ferro, outra obra para visitar (se encontrar aberta) na mesma região. Em frente a estação aproveite para conhecer a Fortaleza, antigo forte, bem preservado que rende lindas fotos!
Gastronomia
Em Moçambique não deixe de experimentar os frutos do mar, os anéis de lula deveriam se chamar pulseiras e o camarão tigre grelhado é imperdível! Num país de extrema pobreza, tudo vira alimento, por isso as folhas da mandioca se transformam em Matapa, um creme verde delicioso que se come com frango assado, de preferência com piri piri a pimenta local. De herança portuguesa além da língua, ficaram os doces! É fácil encontrar os famosos pastéis de nata e todo tipo de docinhos portugueses além de excelentes restaurantes com a típica comida dos colonizadores. Come-se muito bem!
Compras
O melhor artesanato está bem organizado numa feirinha diária bem localizada, mas a toda hora tem gente correndo atrás de você tentando vender alguma coisa, se for branco e loiro então… tá na cara que é turista!!! Não tenha medo de jogar o preço lá em baixo e negociar muito. O moçambicano adora esse “jogo” e sempre pede mais alto. Se não te interessar não adianta dizer não. Diga em changana (a língua africana local): Aninamale! Essa palavra quer dizer não tenho dinheiro e é respeitada imediatamente. Não deixe de comprar as famosas Capulanas, o tecido que as moçambicanas usam como saia enrolados na cintura. Além de lindos, tem história: muitas vezes são a única herança que uma mãe deixa para as filhas e servem como vestimenta, como cobre leito e como suporte para amarrar os bebes nas costas.
Aventura
Bem pertinho da fronteira com a África do Sul está o Kruger Park, o mais famoso parque para fazer safáris e ficar lado a lado com os “big fives”, cinco mais respeitados animais africanos. Pode se contratar passeios de um dia ou mais e aproveitar a noite no parque visitando o habitat natural dos bichos noturnos. Há hotéis fantásticos e toda estrutura. Se puder estique um dia em Nelspruit, uma das cidades mais antigas, bem organizada e com excelentes centros de compra. Na outra fronteira – e tão perto quanto – está o Reino da Swazilândia, o menor país africano e o único do mundo que ainda é monarquia absoluta, cujo rei faz questão de se vestir com peles e manter a tradição de muitas mulheres. Este destino merece um post a parte porque é um Reino!
Moçambique é mistério, aventura e beleza. Enjoy!!!
Astrid Sekkel
Blog: Maior Estilo
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