Quantas vezes você vestiu a camisa do Brasil depois que fomos eliminados da copa do mundo? E quantas vezes você vai vestir nos próximos 4 anos?
São perguntas assim que me fazem pensar… a pátria de chuteiras – que muitas vezes poderia ser a do salto-alto – agora precisa dar uma requebrada nas cadeiras, porque é nas mãos dessa nossa força que vamos jogar o destino do país.
Foi difícil imaginar uma copa na África, agora fica difícil imaginar no Brasil. Basta abrir os portais e jornais para ver que são muitos os problemas da resolver. E quem quer resolver? Se interessasse aos políticos, já teriam resolvido faz tempo!
A copa será como véspera de eleição, quando os políticos gastam com obras caríssimas e inúteis, só para ganhar os votos. E o nosso povo vota. Aliás, votar em quem?
Eu penso em voltar a morar no Brasil (estou fora do Brasil há 5 anos), mas… e a violência? E o sistema de ensino? A saúde pública? Saneamento básico? Desigualdade social? É uma guerra civil sutil, praticamente invisível, que se confunde com um seriado de ação na – toda poderosa – globo.
Batalhar para ter uma família e ver o filho indo para o tráfico. Trabalhar inúmeras horas por dia e não saber se chega vivo em casa, depois de horas de engarrafamento e um sistema de transporte caótico. Problemas, muitos problemas a serem resolvidos. Ou maqueados.
Brasil é o melhor país, com os piores políticos. A cultura do “jeitinho” é faca de dois gumes – que corta mais do que as das propagandas de TV americana.
Como lição de casa os políticos deveriam carregar na mochila uma lista do que fazer nos próximos 4 anos, e é uma senhora lista. O nosso turismo tem um potencial incrível e o freio de mão puxado. E também o pisca-alerta ligado. Temos que acordar.
Tenho certeza que muitas pessoas (não só políticos, claro) não dormem direito a noite já pensando nas mutretas, no dinheiro do mundo todo que estará rodando por aí.
Nosso Brasil tem tudo para fazer bonito, mas assim como a seleção, muitas vezes acaba decepcionando. Chega de gols contra, chega de caneleiros e cabeças de bagre. Queremos um jogo limpo, alegre, fair play! Não só dentro de campo, mas por todo o país.
Entre olimpíadas e copa do mundo, será a nossa chance de levantar a taça sem precisar gritar palavrões, de mostrar ao mundo que somos muito mais do que um eterno carnaval.
E agora, José? E agora, Dilma? E agora, ‘Brazil’?
Michel P. Zylberberg
www.rodandopelomundo.com
P.S.: Foto original [Official-Mandela-will-attend-World-Cup.jpg – link]