Rodando Pelo Mundo

By | 25.06.2013

Quantas vezes você pensou em viajar dentro da própria cidade? Muitas vezes deixamos de aproveitar muitas coisas que estão debaixo dos nossos narizes, e foi por isto que convidei alguns amigos especiais para participarem da série “Minha cidade, meu destino”, onde cada um irá publicar 5 fotos e 5 dicas especiais. E chegamos ao décimo post da série com mais um convidado especial, o jornalista “butequeiro” Rafael Sette Camara, que faz um trabalho super interessante no blog de viagem 360meridianos!  Nos últimos dois anos ele passou por 17 países e quer muito mais – além de ter feito um intercâmbio de 6 meses na Índia. Recentemente ele trocou BH por Sampa, mas a capital mineira continua sendo a sua cidade de coração, que ele compartilha aqui com a gente:

A parte boa de dar dicas de turismo sobre a capital mineira é que não é preciso fugir do óbvio e nem ficar horas pensando: “Que cinco lugares legais estão fora do roteiro turístico tradicional?” Bem, BH já está fora do roteiro turístico tradicional. Os poucos visitantes estão quase sempre de passagem, numa escala rápida antes de visitar Ouro Preto, Mariana e outras cidades históricas. Ou seja, para quem não é belo-horizontino tudo é novidade. Os cinco lugares que eu vou indicar fazem parte da minha vida e, ao mesmo tempo, estão entre os principais pontos turísticos da capital mineira. O que significa que você vai ver pouquíssimos turistas por lá. E isso é uma pena, afinal BH tem muito a oferecer.

Lagoa da Pampulha
Não fosse minha tendência para o sedentarismo, você me encontraria caminhando na orla da Lagoa todos os dias, sempre que eu estiver em BH. Mas, já que a preguiça impede, pelo menos eu garanto que estou lá sempre que tenho força de vontade para correr atrás de uma vida saudável. A Pampulha é uma lagoa artificial – foi construída na década de 1940, quando Juscelino Kubitschek era prefeito de Belo Horizonte. Pode ser considerada um ensaio geral para Brasília, por mais absurdo que isso pareça. É que, além de marcar o começo da tendência de JK para grandes projetos, a Pampulha é o marco inicial da carreira do arquiteto Oscar Niemeyer. São 18 quilômetros de orla, nos quais ficam, entre outras coisas, a famosa igrejinha da Pampulha, o Jardim Zoológico e os estádios do Mineirão e do Mineirinho. Infelizmente a Lagoa, que foi construída para ser o mar dos mineiros, está poluída. Durante o verão o fedor atrapalha até quem vai fazer caminhada por lá. A promessa é que a Lagoa vai estar limpa antes da Copa do Mundo. Resta esperar…

Mercado Central
Cilada. Por experiência eu aprendi que um mercado central, na maior parte do mundo, é sempre um passeio para pegar turista bobo. Não em BH. O Mercado Central é realmente interessante, além de ser frequentado pela população mineira há décadas. Construído em 1929, era um centro de distribuição de alimentos a céu aberto – nada mais do que um conjunto de barraquinhas. Mais tarde o galpão do Mercado Central foi construído, e ele ganhou importância na vida do belo-horizontino. Eu vou lá desde criancinha, e até hoje me divirto (e me perco) naqueles corredores apertados que parecem conter infinitas lojas. Todo belo-horizontino que se preze já almoçou, bebeu uma cervejinha, e comprou produtos da roça lá. Por que você deixaria de fazer a mesma coisa?

Praça da Liberdade
A Praça da Liberdade é linda. Construída para ser sede do governo na nova capital, abriga o Palácio da Liberdade, onde trabalhava o Governador, e várias secretarias de governo. Além disso, a praça é ponto de encontro da população desde que Beagá foi fundada, no final do século XIX. Belo-horizontinos de várias gerações se acostumaram a ir lá para caminhar, conversar e namorar, entre outras coisas. As décadas acrescentaram estilo à Praça da Liberdade – a partir dos anos 50 vieram a Biblioteca Pública e o Edifício Niemeyer, ambos projetados pelo ainda jovem arquiteto. Recentemente os prédios das secretarias e até o Palácio da Liberdade começaram a ser transformados em museus e foi criado o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Já a sede do poder público foi transferida para o novo Centro Administrativo, projetado sabe por quem? Ele mesmo, Oscar Niemeyer.

Mirante do Mangabeiras
Se o nome da cidade é Belo Horizonte, uma coisa que você não poderia deixar de fazer é verificar a vista da cidade. E a melhor vista de BH está no mirante do bairro Mangabeiras. O lugar esteve fechado durante meses para obras de revitalização, e só recentemente foi aberto ao público novamente. Revitalizado, o mirante agora também tem novas regras: se antes ele funcionava 24 horas por dia, agora o lugar funciona de 10 da manhã até 10 da noite. Não é a vista mais bonita do mundo, claro, mas é um passeio legal. De lá, aproveite para dar um pulo no Parque das Mangabeiras, outro ponto interessante que fica na mesma região, e na Praça do Papa, que tem esse nome desde que o João Paulo II esteve lá.

Butecos
São muitos. Tanto é que o The New York Times chamou Belo Horizonte de capital mundial dos bares, afirmando que 12 mil estabelecimentos estão espalhados pelas ruas da cidade. A verdade é quem em BH você encontra um buteco em cada esquina, e certamente vai achar um para chamar de seu. E detalhe para o fato de ser buteco com “u” mesmo, para reforçar que não é um restaurante com cara de bar. O legal, pelo menos em minha opinião, é cadeira de plástico, copo americano (ou copo lagoinha) e cerveja gelada – eis o lar do butequeiro. O lugar pouco importa – há quem goste dos butecos e bares da região da Savassi. Outros preferem o Santa Tereza, um bairro boêmio da cidade. Eu sou fã mesmo é dos butecos da Avenida Fleming. Afinal, buteco bom é perto de casa, para você não voltar dirigindo de jeito nenhum. Mas atenção: se for visitar BH durante um feriado você pode achar muitos bares fechados. É que os mineiros correm para as praias mais próximas, e a cidade fica vazia. Num caso assim, o melhor mesmo é procurar os bares de bairros, já que muitos da região da Savassi costumam não abrir.

Rafael Sette Camara
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Confira todos os posts da série “Minha cidade, meu destino”.

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